Afinal, como é a vida após o câncer de mama?

No cenário global de conscientização sobre o câncer de mama, estamos no mês internacionalmente reconhecido como o “Outubro Rosa”. Durante este período, o foco é direcionado para a promoção do diagnóstico precoce e a prevenção da doença.

Você sabia que o câncer de mama afeta uma em cada quatro mulheres diagnosticadas com câncer em todo o mundo? E que uma em cada oito mulheres pode receber esse diagnóstico ao longo de suas vidas? De acordo com estimativas do Global Cancer Observatory (Globocan), elaboradas pela International Agency for Research on Cancer (Iarc), um em cada cinco indivíduos enfrentará o câncer em algum momento de suas vidas.

Os dez principais tipos de câncer representam mais de 60% do total de casos novos. Entre as mulheres, o câncer de mama é o mais comum, com 2,3 milhões de casos novos (24,5%), seguido pelo câncer de cólon e reto, com 865 mil casos (9,4%); câncer de pulmão, com 771 mil casos (8,4%); câncer de colo do útero, com 604 mil casos (6,5%); e câncer de pele não melanoma, com 475 mil casos novos (5,2%) em todo o mundo.

Entretanto, é crucial direcionar nossa atenção não apenas ao diagnóstico e tratamento, mas também ao período pós-tratamento, e compreender como as mulheres enfrentam a vida após a superação do câncer de mama.

Mesmo após vencer a doença, as mulheres enfrentam uma batalha contínua. Por isso, é de suma importância abordar a vida pós-câncer de mama, pois essa discussão abrange aspectos físicos, emocionais e sociais que frequentemente são negligenciados.

“O tratamento do câncer de mama não se encerra com a cirurgia ou a última sessão de quimioterapia. É crucial estabelecer um acompanhamento contínuo pós-tratamento para assegurar uma melhor qualidade de vida para a paciente. Muitas vezes, os profissionais de saúde negligenciam a visão holística da mulher, esquecendo que ela possui uma vida, família, filhos ou desejo de tê-los e um trabalho. Após o tratamento, é certo que ela terá dúvidas, inclusive sobre sua própria identidade naquele momento”, enfatiza a Dra. Giovanna Gabriele, médica Mastologista do corpo clínico do hospital Sírio-Libanês, membro da Comissão de Genética e Alto Risco da Sociedade Brasileira de Mastologia – regional São Paulo e coordenadora de equipe dos hospitais Nove de Julho e São Camilo Pompeia, em São Paulo (SP).

Para Giovanna, é essencial oferecer apoio às pacientes com câncer após o tratamento, uma vez que é muito comum que essas mulheres percam o prazer de viver, devido às sequelas agudas e crônicas que as acompanharão ao longo da vida, como os impactos das alterações na imagem corporal, sintomas da menopausa (quando induzida), fadiga, depressão, baixa libido, estresse e ansiedade.

“Ela pode levar uma vida maravilhosa, contanto que tenha uma rede de apoio e pessoas dispostas a contribuir para sua recuperação pós-tratamento. Algumas coisas não serão mais como antes, por isso é necessário ter uma mentalidade positiva e acompanhamento médico e psicológico apropriados. É por isso que muitas vezes ela se questiona: ‘será que tudo continua igual?’ e depois, ‘será que sou menos mulher?” comenta a especialista.

Uma história de superação e esperança

Kelly Pinheiro, Diretora Executiva da agência Mclair Comunicação, é um exemplo inspirador de alguém que enfrentou o câncer de mama e emergiu ainda mais forte. Durante esse período desafiador, sua médica foi a Dra. Giovanna Gabriele. Kelly não apenas venceu a doença, mas transformou essa experiência em uma oportunidade para compartilhar sua jornada, inspirando outras mulheres a enfrentar o câncer com coragem e determinação.

“Tive o apoio de familiares, amigos e profissionais extremamente atenciosos. Sei que com o suporte adequado e a determinação, é possível não apenas sobreviver ao câncer de mama, mas também construir uma vida plena e significativa após a doença. Hoje, utilizo tudo o que me fortaleceu para ajudar outras mulheres a encontrarem sua própria força”, compartilha Kelly.

Há vida após o câncer de mama

A jornada de enfrentar essa doença desafiadora é, sem dúvida, árdua e repleta de desafios. No entanto, é importante lembrar que a superação do câncer de mama não é o fim, mas o começo de uma nova fase da vida. Há sim vida após o câncer de mama, e uma vida cheia de possibilidades, crescimento e renovação.

Além do simbolismo do Outubro Rosa, é fundamental que continuemos a enfatizar a importância do acompanhamento médico constante e do suporte emocional a toda paciente que enfrenta ou que já enfrentou a doença.

Fonte: https://www.onortao.com.br/afinal-como-e-a-vida-apos-o-cancer-de-mama-2/

Mamografia: entenda como funciona, preparo e quando o exame é indicado

Por: Dra. Giovanna Gabriele – médica mastologista

 

A mamografia é o exame que permite a identificação precoce do câncer de mama, o segundo tipo de câncer mais frequente entre as mulheres.

De acordo com o INCA, o câncer é o principal problema de saúde pública no mundo e já está entre as quatro principais causas de morte prematura (antes dos 70 anos de idade) na maioria dos países. Realizar exames periódicos é essencial para fazer com que as estatísticas diminuam.

O que é a mamografia?

A mamografia é um exame radiológico feito nas mamas. Possui alta resolução e fornece imagens detalhadas capazes de identificar precocemente o câncer de mama, antes mesmo que a mulher tenha sintomas.

Estima-se que 1 a cada 8 mulheres desenvolvam o câncer de mama em algum momento da vida. Realizar a mamografia na periodicidade indicada pelo médico especialista permite os casos sejam diagnosticados com maiores chances de cura.

Qual a diferença entre mamografia e o ultrassom da mama?

O ultrassom da mama é um exame de imagem que permite detectar lesões presentes nas mamas, especialmente nas mamas mais jovens e densas. Com o exame é possível visualizar nódulos, cistos, ductos dilatados, espessamento do tecido mamário, linfonodos e outras alterações.

A mamografia é um tipo específico de radiografia que possibilita a identificação precoce de alterações nas mamas como calcificações, nódulos e tumores, que podem ser malignos ou benignos.

São exames que se complementam entre si.

Quando se deve fazer uma mamografia?

Recomenda-se que todas as mulheres a partir dos 40 anos de idade façam a mamografia anualmente.

Para mulheres com histórico familiar de câncer de mama, ou com mutações genéticas que aumentem o risco de desenvolvê-lo, essa idade de início pode ser antecipada para os partir dos 30 anos de idade.

 

Quais são os tipos de exames de mama?

Os principais tipos de exames de mama são:

Ultrassom de mamas ou Ecografia mamária: exame realizado através de um transdutor que é posicionado sobre as mamas, permitindo a obtenção de imagens para diagnóstico de doenças mamárias. Esse exame é recomendado especialmente para mulheres jovens e gestantes, e como exame complementar a mamografia.

Mamografia bilateral tradicional: É a radiografia das mamas.

Mamografia digital: Semelhante a mamografia tradicional, após a radiografia, o aparelho digital é capaz de transformar a radiação em sinal elétrico e enviar as imagens para o computador, melhorando a qualidade das mesmas além de permitir a edição, com ampliação de áreas de interesse.

Mamografia digital 3D ou tomossíntese: Neste exame, o aparelho se movimenta enquanto realiza as imagens da mama, garantindo uma captura tridimensional, possibilitando maior detalhamento da mama, gerando imagens mais finas, evitando a sobreposição de tecido e aumentando a chance de detecção de nódulos ainda muito pequenos.

Ressonância magnética das mamas: é um exame que possui alta sensibilidade, dura em média de 20 a 30 minutos e que deve ser realizado apenas para casos individualizados.

Como a mamografia é feita?

A mamografia é feita pelo mamógrafo, aparelho que comprime a mama para fornecer imagens de alta qualidade.

Durante o exame, a mulher deve estar posicionada em pé, de modo que a mama fique entre as duas placas do mamógrafo. Para o procedimento ser eficaz, a mulher deve se manter imóvel e segurar a respiração quando o profissional solicitar.

O exame costuma ser indolor, porém incômodo para algumas pessoas.

Pré-requisitos

Para não interferir nas imagens, recomenda-se que, no dia do exame, não se utilize desodorante, talco, cremes e outros produtos na região das mamas.

Preparos

O único preparo prévio é utilizar roupas leves para facilitar o procedimento.

Contraindicações

O exame é contraindicado para mulheres que não atingiram a idade mínima recomendada para realizar a mamografia e em caso de mulheres gestantes devemos utilizar proteção abdominal.

Duração do exame

Normalmente o exame leva de 15 minutos para ser realizado.

Periodicidade

De acordo com as recomendações da Sociedade Brasileira de Mastologia, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e do Colégio Brasileiro de Radiologia, a mamografia deve ser realizada em todas as mulheres com risco habitual entre 40 e 74 anos de idade, anualmente.

Tempo de resultado

O resultado da mamografia costuma ficar pronto em até duas semanas.

FONTE: https://delboniauriemo.com.br/saude/mamografia

Silicone encapsulado: quais são os riscos?

Ao colocar implantes de silicone é normal o corpo formar uma cápsula envolta como forma de proteção contra um corpo estranho.

O organismo reage naturalmente aos implantes mamários formando uma cápsula fibrótica envolta do silicone, ou seja, é normal em todos os casos.

Os riscos existem nos casos de contratura capsular, quando essa cápsula fibrótica se contrai e comprime o implante mamário causando assimetria mamária e em último grau provocando dor a paciente.

A contratura capsular é uma condição rara e pode ser provocada por fatores como a técnica utilizada no momento da cirurgia, tipo de silicone, entre outros.

Por isso, quando confirmada, ela pode ser facilmente revertida após a análise do procedimento cirúrgico e correção da causa.

Nesses casos, o cirurgião irá avaliar o grau de contratura através de exames de imagem e definir qual a melhor forma de contornar essa condição e restaurar a estética da mama.

Para cada fase da vida um cuidado diferente contra o câncer de mama.

Nosso corpo muda com o passar dos anos e suas necessidades também. O autoconhecimento nessas horas é primordial para notar alterações na saúde das mamas.

Para cada fase, nós mastologistas, indicamos medidas preventivas diferentes, mas sempre em

caso de dúvidas ou queixas em relação as suas mamas consulte um mastologista.

Dos 25 anos aos 39 anos

O câncer de mama não é comum antes dos 40 anos, mas não impossível. Por isso, estudos feitos pela American Breast Surgeons indicam que a partir dos 25 anos é importante iniciar o acompanhamento com uma mastologista para avaliar a saúde das mamas.

Também, é a partir dessa idade que podem ser feitos os testes genéticos para mensurar o risco do desenvolvimento da doença por fatores hereditários.

A partir dos 40 anos

É a partir dos 40 anos que o risco de câncer de mama aumenta, por isso, é essencial iniciar o rastreamento através dos exames de mamografia periódicos e atenção redobrada à saúde das mamas

Em todas as fases:

Em todas as fases da vida é importante manter um estilo de vida saudável, com alimentação nutritiva, exercícios físicos e livre de álcool e tabagismo, como forma preventiva do câncer de mama e melhoria da saúde em geral.

Sempre que houver dúvidas ou queixas de alterações nas mamas é necessário passar por uma mastologista para avaliação.

E você, em qual fase está?

O que é mutação de moderada penetrância?

A penetrância de uma mutação genética indica o índice ou risco de uma pessoa desenvolver câncer de mama ao longo da vida. Os mais conhecidos e de alta penetrância são os gene BRCA 1 e BRCA 2.

Mutação de moderada penetrância são aquelas no qual o paciente tem de 2 a 5 vezes mais riscos de desenvolver o câncer de mama ao longo da vida. Por isso, quando identificadas possuem um rastreamento diferenciado e um tratamento menos agressivo em relação aos de alta penetrância como os genes BRCA.

São eles: ATM, CHEK2 e PALB2.

Para mulheres portadoras de mutação ATM, os riscos são de 12% a 40% de desenvolver câncer. Nos casos de CHEK2, os riscos são de 15% e 46% e PALB2 varia entre 21,5% a 59,5%.

texto menor: Devido ao seu risco, o PALB2 pode se configurar entre moderada a alta penetrância, dependendo do histórico familiar da paciente.

As portadoras de mutações de penetrância moderada e que não possuem câncer de mama devem buscar aconselhamento genético.

Por isso, é importante fazer o acompanhamento genético. A informação é sempre a melhor prevenção!

O que é Lipoenxertia Mamária?

Lipoenxertia mamária é um procedimento muito comum, mas que ainda é tema de muitas das perguntas feitas pelas pacientes que chegam no meu consultório.

Como escolher a prótese mamária ideal

As mamas são muito importante para o bem-estar físico e psicológico das mulheres, por isso, algumas podem estar insatisfeitas com o tamanho ou formas das suas, ou até mesmo passaram por cirurgias de retirada das mamas e desejam colocar próteses de silicone.

Existem vários tipos e formatos de próteses mamárias, alguns desses são: texturizadas, lisa, nanotexturizada, microtexturizada, poliuretano, redonda, entre outras.

Antes de decidir qual a prótese ideal é preciso saber o objetivo final, como volume ou forma, e a anatomia do tórax, a largura das costelas,  quantidade de pele, gordura e as glândulas mamárias.

Assim, só é possível indicar a prótese ideal após a avaliação da mastologista e do cirurgião.

Lembre-se: Antes de qualquer procedimento estético é importante a avaliação da saúde das mamas.

Descobri que tenho mutação nos genes, e agora?

O aconselhamento genético é uma ferramenta importante na detecção do risco de câncer. Através dos testes genéticos é possível realizar medidas preventivas em pessoas com idade cada vez menores.

Quando o resultado do teste genético identifica uma mutação nos genes BRCA1, BRCA2 e TP53 o conselheiro genético pode indicar a realização de exames mais frequentes, medicações e cirurgias redutoras de risco.

Já nos casos de  Variantes de Resultados Incertos(VUS), nenhuma medida é aplicada.

O resultado vai ajudar a médica a definir o melhor tratamento em conjunto com uma mudança no estilo de vida que deverá ser cada vez mais saudável.

Câncer de mama e saúde mental: entenda a relação

O câncer de mama não afeta apenas o físico, mas também o psicossocial das pacientes após o diagnóstico, causando sentimentos de ansiedade, tristeza, solidão e até mesmo depressão.

É importante buscar apoio para combater esses tipos de transtornos.

Dicas para ajudar na saúde mental após o diagnóstico:

  1. Busque apoio profissional de médicos, psicólogos e psiquiatra. Em alguns casos pode ser indicado o uso de medicamentos como antidepressivos.
  2. Participe de grupos de apoio com mulheres que passaram ou estão passando por isso.
  3. Cuide de você mesma através da alimentação saudável, atividade física e outras práticas de autoamor.

? O câncer de mama é uma neoplasia que afeta o corpo e a mente das pacientes, podendo desencadear ou aumentar os casos de ansiedade e depressão. Por isso, após o diagnóstico é importante buscar redes de apoio e apoio profissional.

Cuide de você mesma para recomeçar a vida e vencer a doença e seus efeitos colaterais.