Não tenho histórico de câncer de mama na família, posso vir a ter?

Sim! A herança genética ou histórico familiar é um dos fatores de câncer de mama, mas não é o único!

Várias pacientes chegam para mim com esse tipo de dúvida ou se ter caso de câncer na família já é um indicativo de que a mulher irá desenvolver câncer.

Na verdade, o câncer por herança genética ou hereditário representa cerca de 10% dos casos de câncer de mama. Existem outros fatores de risco como: característica mamária, estilo de vida e idade.

Com ou sem histórico, é necessário realizar os exames de mapeamento e passar por avaliação de uma médica mastologista.

Rastreamento do câncer de mama em pessoas transexuais e transgêneros

Apesar das pautas da população LGBTQIAPN+ estarem em constante avanço, ainda existem tabus e falta de acesso a assuntos de saúde em geral, inclusive no rastreamento de câncer. Pessoas transexuais e transgêneros também são suscetíveis a ter câncer de mama e devem buscar uma mastologista, bem como realizar exames de rastreamento.

Para fortalecer o movimento e promover saúde nesse mês do orgulho LGBTQIAPN+, trouxe informações pertinentes sobre o rastreamento do câncer de mama para a população trans:

Homens trans que optaram por não realizar a cirurgia de mastectomia (remoção das mamas) devem seguir as mesmas recomendações de rastreamento que são indicadas para mulheres cisgênero. Isso inclui exames clínicos periódicos e mamografias a partir dos 40 anos.

No caso daqueles que passaram pela mastectomia, é recomendado que realizem o autoexame regularmente e busquem aconselhamento genético. Se houver necessidade de exames adicionais, a ultrassonografia é o método mais indicado.

Já em mulheres trans, o rastreamento por meio de mamografia é recomendado a partir dos 50 anos e após 5 anos de uso dos hormônios feminizantes, a cada 1 ou 2 anos.

Mulheres trans com menos de 30 anos e que utilizam hormônios feminilizantes: após 2 a 3 anos de estrogenioterapia, é indicado realizar primeiro a ultrassonografia, seguida da mamografia.

Outras considerações em rastreamento em mulheres trans

Em casos de câncer de mama pode ser necessário interromper a reposição de estrogênio. É recomendada a avaliação da mastologista para analisar as variáveis, como o status do receptor hormonal, presença de mutação genética e o tipo e estado da doença.

Não é recomendado o autoexame para rastreamento. Apenas os exames de imagem.

Vale ressaltar, que o tipo de transição de gênero realizada pode interferir no risco do desenvolvimento do câncer, por isso é indispensável o acompanhamento de uma mastologista para avaliar cada caso individualmente e trazer recomendações mais direcionadas.