Outubro Rosa 2018

Hoje, começa o Outubro Rosa, campanha de conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. A campanha busca informar as mulheres e a sociedade em geral sobre a importância de cuidar da saúde das mamas, através do autoexame, de acompanhamento médico especializado e da realização de exames de rotina.⠀⠀⠀⠀⠀
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A mamografia é o exame mais eficiente para detectar o câncer de mama quando o tumor ainda é inicial/pequeno. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura dessa doença, que podem chegar a 98%, desde que os tumores sejam identificados na fase inicial.

Mulheres saudáveis que fazem mamografia anualmente a partir dos 40 anos, têm 40% mais chance de diagnosticar o câncer de mama em estágio inicial. Essa informação está no estudo recente divulgado no periódico científico Journal Cancer, publicação oficial da Sociedade Americana do Câncer. A Sociedade Brasileira de Mastologia e a maioria das instituições médicas recomendam a realização da mamografia a partir dos 40 anos.
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Sua saúde merece proteção

Olá, eu sou a Gilda e, durante o mês do outubro rosa, estou contando um pouco sobre minha luta contra o câncer de mama.
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Parte 08 de 08

Finalmente chegou o dia da palestra. Eu estava tão nervosa que já amanheci com diarreia, algo comum quando estou nervosa. Fiquei mais nervosa ainda quando fiquei sabendo que o Mauro e o Pedrinho estariam na plateia. A médica iniciou, falando sobre a importância dos cuidados da mama para as mulheres e também a importância social/cultural. A doutora também abordou as doenças mais comuns que acometam as mamas no Brasil e a importância do acompanhamento regular de uma mastologista.

Após mostrar alguns dados sobre o câncer de mama, ela começou a falar sobre prevenção e, neste momento, me chamou para compartilhar o palco com ela. As pernas ficaram trêmulas, as mãos começaram a suar, a voz embargada, mas, aos poucos, eu fui ficando à vontade. Contei, em cerca de quinze minutos, como descobrimos o câncer e como foi o tratamento. Conclui afirmando que existem quatro pilares que me sustentaram: (1) fé em Deus, (2) meu comprometimento com a cura, (3) o cuidado da família e amigos, e (4) os médicos competentes que se importam com nós pacientes. Quando terminei de falar, entreguei uma rosa à minha médica e a abracei forte. FIM

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Essa narração é baseada nas histórias compartilhadas em nossa página no facebook.
Giovanna Gabriele – Médica Mastologista (11 3071 1812)

Tempo de lutar, tempo de celebrar

Parte 07 de 08

Após alguns meses, decidi voltar ao trabalho. Foi muito bom rever os colegas e sentir que finalmente estava retomando minha vida. As primeiras semanas foram de certa forma constrangedoras. Isso porque todos na firma, por causa da minha doença, começaram a me poupar ao ponto de não ter nenhuma tarefa para ser executada por mim. Era como se minha presença fosse meramente decorativa. Tive que tomar a atitude de ir atrás das atividades e, sempre que surgia a oportunidade, eu as executava bem.
O término das sessões de quimioterapia foi uma verdadeira vitória. Fizemos até um jantar em família para celebrar. Algo que aprendi durante esse período é a celebrar as pequenas conquistas. Tantas lágrimas e tantos sorrisos trouxeram um sentimento permanente de viver a vida em plenitude. Aprendi a “se alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram”. Não posso dizer que o câncer foi uma benção, mas também não foi uma maldição. Gosto de pensar que para mim foi um caminho de transformação.
Em uma visita de rotina, minha médica mastologista fez um convite inusitado: ela iria apresentar uma palestra sobre a importância da prevenção para uma plateia de duzentas mulheres e queria que eu compartilhasse minha história. De imediato me bateu um nervoso, mas topei, afinal a gente tem que compartilhar nossa força. Continua Sexta-feira.

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Uma visita muito especial

Parte 06 de 08

Em um dos meus muitos encontros com minha médica mastologista, ela comentou sobre um grupo de apoio a mulheres com câncer e perguntou se poderia passar meu contato. Achei interessante e afirmei que sim, mas não esperava que alguém entrasse em contato comigo. Dias depois, escuto alguém gritando lá da sala “telefone para você”. Ao atender, escutei do outro lado da linha uma mulher de voz mansa que, ao se apresentar, disse fazer parte de um grupo de apoio e perguntou se poderia vir me visitar. Sem saber o que esperar, eu disse que sim.

Maria Helena chegou e, em poucos minutos, parecia que nós já nos conhecíamos. Ela me contou como foi difícil vencer o câncer de mama, falou sobre fé, sobre perseverança e ainda me ensinou alguns truques, como beber suco de couve para diminuir os enjoos e passar gosma da babosa na mama para diminuir o escurecimento na radioterapia. Ouvir as histórias de alguém que conseguiu vencer levantou minha autoestima. Dias depois daquele encontro, eu comecei a fazer parte do grupo de apoio para ajudar outras mulheres e também ser ajudada.

Agora mais confiante, resolvi me preparar para voltar ao trabalho. Na segunda-feira seguinte, acordei bem cedo, deixei o Pedrinho na escola, dei uma carona para o Mauro e segui para o escritório. Ao chegar no escritório, recebi um banho de água fria no meu entusiasmo. Meu superior, achando que estava fazendo uma coisa boa, me informou que não era preciso que eu retornasse, que eu deveria voltar para casa e repousar. Continua terça-feira.
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Encarando o mundo

Parte 05 de 08

Minha mãe entrou no quarto, abriu as cortinas e praticamente me obrigou a sair da cama. Nós duas, devidamente alimentadas, saímos para comprar uma peruca. No começo, para mim, ser careca é ser um quadro em branco, mas foi divertido experimentar novas formas e cores de cabelo. No final, escolhi uma peruca preta de corte chanel.

Ao sair da loja, fomos nos encontrar com Mauro para almoçar próximo ao trabalho dele e no caminho me deu uma onda de calor: a cabeça começou a suar e comentei com a minha mãe. A resposta dela foi “assume logo essa careca”. Subitamente, eu tirei a peruca ao descer do carro e após três passos com a careca exposta me dei conta da vergonha que estava prestes a passar. Logo quando sentamos na mesa do restaurante, o garçom veio nos atender, pediu licença e, antes de entregar o cardápio, olhou nos meus olhos e disse “você é uma das mulheres mais linda que eu já vi”. Naquele momento, eu fiquei paralisada por alguns segundos, dei um sorriso bobo e só depois reconheci como aquela gentileza me fortaleceu. Gosto de pensar que o que ele viu de bonito em mim foi a vontade de viver.

As sessões de quimioterapia se tornaram um verdadeiro martírio. Em dias de sessões de quimioterapia, eu passava a noite acordada, falando sem parar, com náuseas, dores de cabeça e um humor variando a cada segundo. Nem eu mesma me aguentava. Às vezes eu chegava a pensar que a doença nunca me deixaria em paz. Meu coração partia no meio quando eu parava para pensar que não seria capaz de acompanhar o crescimento do Pedro.

Ah! Quanto à festa de casamento, decidi ir. Fomos eu, o Pedrinho e o Mauro. Sim, antes que eu esqueça de dizer, fui sem peruca esbanjando beleza e confiança, usando um vestido longo azul turquesa. Continua sexta-feira.

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Sem cabelo e sem vontade de sair

Parte 04 de 08


No início de cada sessão do tratamento (quimioterapia), eu sentia que meu mundo ia acabar em náuseas, dor de cabeça, dor no corpo e muito enjoo. Passei a dormir de 12 a 14 horas por dia. Ficava com o corpo molenga e só o Pedrinho me tirava da cama. O tempo foi passando e fui percebendo que precisava encarar o tratamento como minha cura e não como algo que iria me destruir. Neste momento, a minha fé e o apoio da família e dos amigos foram fundamentais para eu manter o foco.

Acordar e notar o travesseiro e a roupa de cama cobertos de fios de cabelos tornou-se uma dura rotina, até que resolvemos cortá-lo de vez. Com a máquina de cortar cabelos do Mauro, eu mesma comecei passando na cabeça, depois o Mauro e até o Pedrinho se aventurou como cabeleireiro. Meus sentimentos se misturavam na alegria de estar em família e na tristeza de perder meu cabelo.

Após alguns dias, o Mauro lembrou que se aproximava a celebração de casamento de um casal muito querido por nossa família e que nós tínhamos sido convidados. Quando soube, eu fiquei completamente angustiada, não estava preparada para ir a um casamento sem meu cabelo. O Mauro até tentou conversar comigo, mas nem o deixei falar, por mim já estava decidido. Continua Terça-Feira
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Retirada da mama

Parte 03 de 08


Minha mãe chegou trazendo com ela muitos presentes, coisa de mãe. Não era tão comum ela estar conosco já que morávamos em cidades diferentes. O Pedrinho estava eufórico com a chegada da avó, não parava de falar e correr. Não me lembro de ter um momento em que ela se mostrou fragilizada por minha doença, sempre me jogou para cima com suas palavras de amor e fé.

Com uma postura acolhedora e compreensiva, minha médica mastologista informou que seria necessário retirar a mama. Naquele momento, minhas lágrimas caíram, meu esposo segurou forte minha mão, e juntos ouvimos que a primeira etapa da reconstrução da mama seria realizada na mesma cirurgia, o que me deixou um pouco aliviada.Em casa, no banheiro, passei um tempo a observar meu corpo no espelho e percebi que não podia abaixar a guarda, que era um recomeço.

A cirurgia foi um verdadeiro sucesso, fora a minha ansiedade e nervosismo, tudo correu muito bem. Eu estava ótima até o primeiro banho. Com ajuda da minha mãe fui até o banheiro e o que vi não era eu, as cicatrizes, o novo formato, a falta de sensibilidade na nova mama. Mais uma vez desabei em lágrimas, minha mãe permaneceu em silêncio e minhas lágrimas se misturavam com a água que caia do chuveiro. Sexta-feira continua.
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Anjos em minha vida

Parte 02 de 08


O ginecologista da família há mais de 20 anos, me examinou, ficou em silêncio por alguns minutos, fez anotações e disse que poderia não ser algo grave, mas por precaução me encaminhou para uma colega de confiança, especialista em doença da mama, uma Mastologista. Por sorte, consegui marca a consulta com ela no mesmo dia.

O primeiro encontro foi pura sinergia. Eu sentia como se alguém finalmente estivesse me escutado e se interessasse em resolver o meu problema. Ela me explicou como seria todo o processo e marcou alguns exames. Saí da clinica confiante. Passados alguns dias, eu voltei ao consultório para buscar o resultado. Na noite anterior, não consegui dormir de tamanha ansiedade.

Fiquei completamente sem chão ao ser diagnosticada com câncer. Saí andando sem direção, não queria voltar para casa, queria simplesmente sumir. Cansada, sentei um pouco e fiquei refletindo. Naquele momento, eu me dei conta que não sou melhor do que ninguém. Pensei nas pequenas crianças que de nada têm culpa e ficam doentes, pensei no Pedrinho, meu filho, e pensei na minha família. Recuperei o fôlego e falei para mim mesma que venceria esta luta. Liguei para o Mauro, que veio prontamente ao meu encontro. Ao chegar, ele me abraçou e eu desabei em lágrimas. Passamos alguns minutos abraçados na rua. Quando chegamos em casa, agora um pouco mais fortalecida, liguei para minha mãe, que se dispôs a viajar para me ajudar no período do tratamento. Na próxima terça feira, continuaremos.
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Tudo começou no banho

Parte 01 de 08


Era uma manhã quente, saí do quarto no escuro sem abrir as cortinas ou acender a luz para não acordar Mauro, meu marido, o que foi em vão, pois Angelina (nossa cachorrinha) aproveitou a porta aberta e, como de costume, subiu na cama e começou a lamber o rosto dele. Enquanto preparava o café e separava o lanche de Pedro (nosso filho de 5 anos), eu já organizava mentalmente o meu dia.

Depois de deixar Pedrinho na escola e Mauro no trabalho, fui direto para academia. Após 40 minutos de esteira, corri para casa para tomar um banho e restava fazer algumas tarefas domésticas antes de ir ao escritório trabalhar. Debaixo do chuveiro, envolvida em um mix de ensaboamento e massagem, senti um carocinho na minha mama direita. Na hora que senti, eu gelei, como se uma coisa me dissesse algo sério. Eu sempre me cuidei muito bem e sabia que esse caroço poderia ser algo a se preocupar. Eu tentei não ficar paranoica e pensava: “você só tem 38 anos, logo é muito improvável ter câncer de mama”.

À noite, já na hora de dormir, eu comentei com o Mauro a respeito do assunto. As palavras dele, com aquele ar de quem sabe de tudo, foram exatamente estas: “não deve ser nada de mais”. Fui dormir pensando nisso e, na manhã seguinte, comentei com minha mãe ao telefone e ela praticamente me obrigou a ir ao médico. E, assim, o fiz: liguei para o médico e marquei a consulta. Sexta-feira continua.
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